DILUIÇÃO
Frequentemente me diluo
diante de ti
e, água, escorro pelo teu corpo.
Hás de me beber
e se embebedar.
Muitas vezes me entrego
e não aceito devolução.
Quero estar em ti,
correr em tuas veias,
objeto ser de teu desejo,
brasa ardendo
em tuas vísceras.
Quero que me queiras
como um adicto
deseja heroína.
Não falemos em amor,
em paixão,
palavras que iluminam
os fracos de espírito.
Vamos falar da vida,
essa essência insana,
líquida, pétrea,
que pesa em nosso peito.