[foge-me o canto da cotovia]

O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

Nestas imensidões que se apelidam de vidas,

foge-me o canto da cotovia,

abriga-se na copa de uma árvore,

moribunda.

Antes de tudo, o tempo que vagueia,

depois, as viagens

que como um raio passam,

e passam, e eu

deixo-me ficar, alterando espaços,

imensidões, em algumas constantes

desconhecidas.

Regalam-se os olhares, despertos,

dispersos,

uivam alguns lobos em alcateia,

o autólico vagueia só,

quer-se só,

alimenta-se só,

mas quer-se por perto.

Da salvação não escrevo, nem como

consequência,

quero-me despojado, sem as vestes

que me aprisionam, condicionam.

E,

algumas estrelas que morrem,

são sepultadas, nos desertos

do homens,

nesses desertos sem fim,

sem princípios.

http://ricardopocinho.blogspot.com/

Nkisi
Enviado por Nkisi em 27/12/2011
Código do texto: T3408565
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