[desencantam-se as manhãs descalças]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

desencantam-se as manhãs descalças,

como o teu caminhar pisando flores

adormecidas,

as flores reflorescem magnificas,

e os odores, empurrados

pelo vento de norte, libertam esta

terra do cheiro a húmus.

É da nortada que as sombras se escondem,

estilhaçando espelhos,

perseguem os sonhos,

transformam-se em sementes

enterradas na superfície das terras

úmidas,

descansam-se como os nômadas

esperando visões nas encruzilhadas,

querem-se viagens, querem-se mar.

Vejo-te descalça pela aurora,

no redemoinho das folhas secas,

suspiros do vento,

o tempo para na eternidade

de um olhar, do meu,

sinto o que deixei na saudade,

sinto o que perdi nos horizontes

longínquos,

apenas sinto.

Apenas te vejo desaparecer

no meio de outras sombras,

sigo então o voo do albatroz,

habita-me o sorriso que um dia

vi entre as ondas e as calmarias,

desconhecidas as alegrias das viagens,

nas batalhas sem fim contra destino,

habita-me esse teu sorriso,

que um dia perdi.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 02/01/2012
Código do texto: T3418013
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