Cala-me ou...

Na clareza do absurdo te encontrei por aí

Os mesmos defeitos, sem credos ou religião

O sarcasmo escorrendo pelo canto da boca

As perguntas sempre na frente das respostas

O prazer de ter vivido a história

Reconhecendo que não era a história vivida

O mesmo amargo na língua que eu adoçava

Os braços fortes que me abraçavam bêbados de desejo

A mesma sede de ver o mundo diferente

A cegueira impregnada de vultos e vontade

A contínua vontade de esconder sentimentos

O incrível talento de não demonstrar o que sente

O tempo só reforçou o teu maior talento

O de me calar com tua boca.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 02/01/2012
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