ARDENTES...
Vem mergulhar-me nesta noite fria
E brinca comigo adentro a madrugada
Passear sobre a pele e explorar o corpo
Dormir de conchinha até a alvorada
Antes, sussurrar sons tão brandos
Palavras devassas! Fisgou-me tua voz
Contornar o pescoço com esta seda macia
Tua língua gostosa singularizando o nós
Prende-me em majestosa montada
Galopando ferina, rumo ao céu
Sem fronteiras e sobre o luar
Contempla o cosmos, busca teu mel
Grita liberta até suplantar os ouvidos
Os gemidos desprezam ouvintes alheios
Em tua fonte sedenta por prazer eu sinto
O pulsar do teu coração e teus anseios
A madrugada é longa e a aurora aponta
Aos raios de sol que chegariam logo
Suados e prisioneiros de tamanha fome
Queimávamos ainda em tão ardente fogo.
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Alex Meireles Tavares