ARDENTES...

Vem mergulhar-me nesta noite fria

E brinca comigo adentro a madrugada

Passear sobre a pele e explorar o corpo

Dormir de conchinha até a alvorada

Antes, sussurrar sons tão brandos

Palavras devassas! Fisgou-me tua voz

Contornar o pescoço com esta seda macia

Tua língua gostosa singularizando o nós

Prende-me em majestosa montada

Galopando ferina, rumo ao céu

Sem fronteiras e sobre o luar

Contempla o cosmos, busca teu mel

Grita liberta até suplantar os ouvidos

Os gemidos desprezam ouvintes alheios

Em tua fonte sedenta por prazer eu sinto

O pulsar do teu coração e teus anseios

A madrugada é longa e a aurora aponta

Aos raios de sol que chegariam logo

Suados e prisioneiros de tamanha fome

Queimávamos ainda em tão ardente fogo.

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Registrado na FBN - Fundação Biblioteca Nacional

Alex Meireles Tavares

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 04/01/2012
Código do texto: T3421375
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