[Quer-se o mestre no leme,]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...

Quer-se o mestre no leme,

...

como se o didáscalo transmitisse

toda a paidéia, e toda a força

humana residisse apenas no saber,

como se os despojados e os escravos

não tivessem tradições,

e o poema morresse sem os vocábulos

eruditos,

clama-se da liberdade.

Quer-se o mestre no leme,

guiando um destino até para ele

desconhecido,

o vento apenas ajudava,

por vezes em rajadas fortes,

forte o destino,

infinda a conquista,

infindo o mar sem norte,

em circulares rotas desoladas,

das fugas da guilhotina,

ou da fogueira,

ou do fuzilamento,

ou da saudade,

infame a alma sem verbo,

apenas sujeito,

apenas urgências no horizonte,

porque se quer bem longe do fado,

porque se quer bem longe da partida.

Perdoam-se os criadores desconhecidos,

sossegam as águas revoltadas,

do silêncio e do temor

nascem os pesadelos das longas noites,

longas as noites que acompanham

até ao parir doloroso

de mais uma alvorada,

e tudo recomeça outra vez,

e nesta batalha sem fim,

quer-se o mestre no leme.

Sei que floriram os amores-perfeitos

e as violetas,

sei que estou longe de mim,

sei desta loucura sem respostas,

sei que te amarei até ao fim

dos tempos.

[no olho do furacão tudo acontece como um raio]

Nkisi
Enviado por Nkisi em 04/01/2012
Código do texto: T3421592
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