Órbita

De que me valem tantas palavras a borbulhar,

Se não tenho ninguém a escutar,

Se sou borboleta a borbolear,

Buscando no vago infinito, o teu olhar ?

É um doce desespero que acontece aqui dentro,

De um falso pulsar, as carícias que engendro.

Quero gritar que te amo,

Correr do meu engano,

Encurtar a estirada com meus pés,

Destituir do trono as agruras do meu revés.

Se tenho enfim... que aceitar minha órbita,

E definhar sequioso na realidade mórbida,

Quero olhar-te...doce amor,

E ver-te sorrir

Para dar em mim a certeza

De um real existir.

Opus Sewaybricker
Enviado por Opus Sewaybricker em 12/01/2007
Código do texto: T344274