Um dia eu vou conhecer o mar e saber o que sente uma moça ao andar de mãos dadas, um gesto simples mais que para mim diz muito...


Andar de Mãos Dadas


Andava eu na praia sozinha
Queria fazer um colar de conchinha
Senti no rosto o frescor da maresia
Pisei na água com a delicadeza de uma poesia
Aquele silêncio me servia de inspiração
Parecia que um oceano de amor cabia no meu coração
Quando vi a violência que as ondas quebravam nos rochedos
Abraçei em torno de mim mesma de tanto medo
Ergui o colar modesto que adornaria o meu pescoço
E vi vindo em minha direção aquele moço
Fiquei confusa por um breve momento
Afinal eu sou a moça que não tem lenço nem documento
Me virei de costas como se apreciasse uma gaivota que enfeitava o céu
Até fechei os olhos quando ouvi a voz dele me chamar:
Raquel...
Me virei devagarinho e pela primeira vez vi o seu rosto
Me subiu pela espinha um arrepio tão gostoso
Me senti um grão de areia e fiquei trêmula demais
Ele foi se aproximando
Não esta me reconhecendo moça de Batatais?
E eu que sonhei em conhecer o mar a vida inteira
Do silêncio pela primeira vez me fiz prisioneira
Ele pegou suave na minha mão
Moça não precisa ter medo de mim não
Só queria que você escrevesse uma poesia que falasse sobre a paixão
Paixão vivida no calor da areia
Capaz de transformar uma moça simples em sereia
Ali de frente ao mar
Senti todo o meu romantismo de repente aflorar
O meu maior sonho nessa vida é tão simples
De mãos dadas um dia poder andar 
Porque quando uma mão entrelaça na sua
É como se sorrise até a lua
Com a possibilidade da moça se apaixonar
E quando a onda vier de mansinho
Naquela troca mútua de carinho
Brincar de molhar o seu pé
Não se assuste
Deitará uma menina na areia
E levantará de lá uma mulher...




                              



 
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 11/02/2012
Código do texto: T3492127