[canta-me]
Apresentando O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
das partidas e de alguns regressos...
…
canta-me um dia destes
a música das espumas do mar
que cípria ensaiou erguendo-se,
canta-me logo,
liberta os pardais, os pombos,
alguns dos cisnes, e os cavalos
deixa-os no trote eterno, como loucos,
…
irei então, pisando as pedras escondidas
pelos mantos de lirios,
pelas pétalas soltas, dos
jasmim estrela,
que dispuseste em circulos.
…
Que cada subida não esconda
um precipicio meu, apenas um sopro
teu,
sussurrado, desconhecido, me basta,
e ao mar regressarei, para sempre,
canta-me um dia destes
na preia-mar, e enche-me de luares
em primavera,
liberta-me em fim, para sempre,
…
para sempre.
…
Escondem-se os caminhos, e das rotas
seguras dos navegadores,
libertam-se nenufares aprisionados
em rios parados no tempo.
No tempo do esquecimento,
renascem as perolas dos abismos
submersos,
…
renasço-me a cada maré,
renasço-me em cada saudade,
…
renasço-me.
[Canta-me um dia destes a música das espumas do mar. Canta-me...]
(Cípria também designada de Afrodite)