[E por aqui me jazo]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

Lydia the Tattooed Lady...

E por aqui me jazo,

mas por aqui estou repetidamente,

e o mar jamais se repete, estarei?

Mas antes, serei?

Melhor não querer entender, melhor,

que o mar se cumpra, que as rotas

sejam as já marcadas nas estrelas,

entenderei?

Que assim seja a cor do olhar,

um arco-íris que desponta após

as chuvas da tarde parada,

que à noite liberte pirilampos,

libertar-me-às?

Jamais?

Liberta-me daquela ilha onde jazo,

no areal das gaivotas sossegadas,

onde plantámos girassóis azuis,

[reflexo do céu, cor do mar],

onde reconstruiste castelos na areia,

ressuscitar-me-às?

Nos pontos e contrapontos,

nas claves de sol que iniciam

o tocar de sinos a rebate,

nos cavalos marinhos em trotes

loucos e incoerentes,

reclamo pelas suaves brisas,

pelo quebrar das harpas de deuses,

e nas claridades de um sol

avermelhado, sinto-te,

sentir-me-às também?

E por aqui me jazo,

acordarei um dia, que seja

um único dia,

sem ti em mim?

Que esse dia nasça cinza...

nascerá?

Nkisi
Enviado por Nkisi em 02/03/2012
Código do texto: T3530637
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