[E por aqui me jazo]
Apresentando O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
Lydia the Tattooed Lady...
E por aqui me jazo,
mas por aqui estou repetidamente,
e o mar jamais se repete, estarei?
Mas antes, serei?
Melhor não querer entender, melhor,
que o mar se cumpra, que as rotas
sejam as já marcadas nas estrelas,
entenderei?
Que assim seja a cor do olhar,
um arco-íris que desponta após
as chuvas da tarde parada,
que à noite liberte pirilampos,
libertar-me-às?
Jamais?
Liberta-me daquela ilha onde jazo,
no areal das gaivotas sossegadas,
onde plantámos girassóis azuis,
[reflexo do céu, cor do mar],
onde reconstruiste castelos na areia,
ressuscitar-me-às?
Nos pontos e contrapontos,
nas claves de sol que iniciam
o tocar de sinos a rebate,
nos cavalos marinhos em trotes
loucos e incoerentes,
reclamo pelas suaves brisas,
pelo quebrar das harpas de deuses,
e nas claridades de um sol
avermelhado, sinto-te,
sentir-me-às também?
E por aqui me jazo,
acordarei um dia, que seja
um único dia,
sem ti em mim?
Que esse dia nasça cinza...
nascerá?