PALAVRAS

Nada nos atormenta mais que o medo das palavras,

Nem mesmo o pior golpe aplicado com violência.

As palavras ferem como facas invisíveis, sublimes,

Afiadas de ódio e rancor, sem nenhum perdão.

Quem delas usa tem o gosto amargo da vingança,

Sabe o lugar certo onde aplicar o golpe mestre.

São elas capazes de tirar a dignidade do homem,

Sua liberdade, sua força e estima mais que tudo.

Mas por outro lado, elas morrem por si mesmas,

E quem as fala se engasgam no argumento imundo

Do pretérito do próprio mal, escavado e relido.

Por certo, nem elas são capazes de destruir a ternura,

A alma rígida daqueles que deram mais do que podiam.

Esses sim! Utilizaram bem as palavras, como buquês de rosas,

A brandura solene a guisa de seu caráter e honradez.

Pois puderam tirar quase tudo deles, menos o amor que sentiam,

Pois esse é mais forte que qualquer palavra, mesmo que seja a palavra amor,

Pois não é o amor que nasce das palavras, mas as palavras são ditas por causa dele.

TAS
Enviado por TAS em 03/03/2012
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