[Espero-te]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

Lydia the Tattooed Lady

Espero-te naquela linha que

traçámos,

horizonte nosso conhecido, onde

o dia nasce e adormece, e sossega,

e quando lá chegares, que o

lenço de seda branco, fique

pendurado no lilás plantado

por baixo do arco-íris que,

dizias teu,

para sempre.

Cantam algumas baleias

que regressam das imensidões

que eu desconheço,

e libertam-se os gelos

das solidões do inverno,

constroem ilhas sem flores,

diferentes em cor,

daquelas que descobrimos num verão

passado,

minhas dizias.

E do beijo do reencontro,

que reste a ansia do abraço,

que o trocar dos olhares

descrevam as viagens,

que, padeçam então os silêncios.

Espero-te no pôr-do-sol

que esconde o horizonte

que traçámos um dia,

e na agulha de marear que me

orientou estes tempos todos,

algumas andorinhas fizeram ninho,

a rota,

já a sabia de cor,

tantas as vezes que naveguei,

pelos outros horizontes

meus desconhecidos.

Quando lá chegares colhe

os jasmins brancos,

adormece o mar de março,

liberta os pirilampos,

e,

sorri-me apenas, com o

sorriso que dizias ser,

só meu.

...

que os pássaros que morrem em voo

sejam cobertos pelo céu,

porque as raízes das flores

já encontraram descansos.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 06/03/2012
Código do texto: T3538451
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