Será que me perdi de amor?

Que sabor é esse?

sei que é doce, pois já provei muito do amargo,

mas não consigo distinguir esse gosto que trago.

Que dor é essa?

sei que dói, pois já fiquei sem sentir nada,

mas não posso dizer que é doloroso,

é um aperto no peito até que gostoso.

Que som é este?

sei que é suave, pois já escutei muito estrondo

mas não sei afirmar se é musica, sei que gosto do balanço.

Que vista é esta?

sei que é bela, pois já assisti muitos horrores,

sei que vislumbro, pois já fui cego,

mas não o posso comparar com nada e isso eu não nego.

Que sensação é essa?

sei que é boa, pois já me senti ruim,

e tenho medo que esta tenha fim.

O que é isto?

que parece que agora é que eu existo,

não sei se é sonho ou real ou misto.

O que é que eu digo?

pois não sei se estou a salvo ou em perigo.

O que é que eu faço?

pois não sei se dou o primeiro passo,

ou saiu deste compasso.

Desconheço o seu começo,

pois foi de repente que se fez presente.

Que coisa é esta?

que parece traçar um meio

de não me deixar alheio.

Que troço é esse?

que me faz perder o vocabulário,

que já é bastante precário,

e que me desperta um enorme interesse.

O que eu digo, o que que eu faço?

Eu estou ganhando ou perdendo?

Sou mendigo ou ricaço?

Me sinto feliz mas me despedaço.

sei que é inexplicável,

confortável, afável,

mas não tateável, é invisível e imprevisível.

E mesmo assim busco resposta,

mas implacável, o algo é.

E este algo, algo de mim quer,

ou me quer dar, ou já me deu.

Só sei que nada sei, e isso é tudo que sei.

wilsom mel
Enviado por wilsom mel em 07/03/2012
Código do texto: T3541334
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