O banquete do amor

Dois verdes olhos ferem,

Meu instinto de homem maduro;

Gritam silentes, o que querem,

Iluminando meu canto escuro.

Pedindo me dão socorro,

O amor se veste de ironia;

Escravo recusando a ser forro,

Na própria servidão se delicia.

Há um travesseiro vazio,

Com pressa de ser usado;

Enquanto a estação do frio,

Envia tênues recados.

E uma doçura implícita,

Forjando confeitos da alma;

Ao ver a escultura solícita,

O impulso perverte a calma.

No fausto banquete do amor,

Apenas dois, ditosos comensais;

Um prato quente, vinga a dor,

Pois, são de outro sabor, os ais...

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 09/03/2012
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