O banquete do amor
Dois verdes olhos ferem,
Meu instinto de homem maduro;
Gritam silentes, o que querem,
Iluminando meu canto escuro.
Pedindo me dão socorro,
O amor se veste de ironia;
Escravo recusando a ser forro,
Na própria servidão se delicia.
Há um travesseiro vazio,
Com pressa de ser usado;
Enquanto a estação do frio,
Envia tênues recados.
E uma doçura implícita,
Forjando confeitos da alma;
Ao ver a escultura solícita,
O impulso perverte a calma.
No fausto banquete do amor,
Apenas dois, ditosos comensais;
Um prato quente, vinga a dor,
Pois, são de outro sabor, os ais...