[o céu não tem sombras]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

La Folie, dos irmãos Marx

Derrama-me pelas cataratas na linha do horizonte

sem nexo, em queda

como um trópico de capricórnio

em seu completo zenite, onde as sombras inexistem,

talvez então me ria de nós,

somente isso,

e, quando as chaminés fumegavam,

inventávamos histórias do mar por perto

dos nossos dedos,

dos livros uma vez afundados,

que interessava se os tinhamos lido,

das cartas queimadas numa noite de gelos,

que interessava se as tinhamos lido,

da lua grávida que destoava do céu breu,

que interessava o eclipse,

“- o céu não tem sombras o mar sempre as terá”,

dizias-me, olhando o farol apagado.

O sempre jamais será para sempre,

mesmo derramando-se em cataratas

pela linha do horizonte que escolhiamos,

os tufões levaram os telhados,

o olhar perseguia as andorinhas pela primavera,

desejava ficar,

leva-me para outro sitio,

ensina-me a amar-te pelo inicio da madrugada,

ensina-me a amar-te no completo zenite,

talvez então, riamos de nós.

[somente assim, no completo zenite,

onde me derramaste].

Nkisi
Enviado por Nkisi em 20/03/2012
Código do texto: T3565203
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