Ladainha para Maria*
Branco dessa noite em pele tua
Pálido de sol em doses cruas
Clamo que me venhas sem verdades
Sem mentiras me empreste tua boca
e me morda sem pedir uma palavra
e me fale sem cobrir um só tecido
Dessa derme que é o caos e a vertigem
que me chore sem saber de onde eu venho
e me inaugure nessa força distraída
e que me cure antes da pele que me veste
e por sorte me maltrate de guarida
O credo dessa noite em solo santo
me pede que eu lhe arraste em canto manso,
Ladainha que se faça por vontade
no suor que se oferece no pescoço
Pagão eu lhe chego feito um bruto
e lhe farto do meu pão de homem só
E me vejo no teu rosto de poesia
e me farto no teu corpo de Maria
By Luciane Lopes