[Sou tentado pela cor das cerejas]

Apresentando O Transversal

“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”

La Folie dos irmãos Marx...

Sou tentado pela cor das cerejas como se de tentação eu escrevesse,

mas da cor cai-me a imaginação

direita ao mar, ou o inverso,

[que me importa?],

como se a seda vermelha, por vezes mais escura,

deslizasse pelo teu corpo, e eu,

me completasse no teu peito, no teu ventre.

Desventro-me assim sem dor nos luares finais de março.

E tudo recomeça mais uma vez,

como se as marés ignorassem o homem do leme,

o desconhecessem, o tratassem como

intruso,

e repito-me que sou tentado pela cor das cereja,

porque o sabor não destingue as cores,

porque poucas são as árvores de todas as cores no além do mar onde existe um arco-iris sem inicio que se afunda algures,

sempre longe de mim.

Que alguns desses deuses me recolham enquanto me afundo por perto,

colhendo a cor das cerejas,

que plantei,

no dorso das baleias em migração.

[Migram-me o silêncio, a tentação em colocar [sempre...] a minha cabeça no teu peito].

Emigra-se o medo, assim seja.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 26/03/2012
Código do texto: T3576949
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