Cidade-Menina
Levantam-se os pelos do meu corpo,
Como se fossem cumprimentá-la.
É a atração que sua essência emana,
Nunca me repele, mesmo quando me nega.
Ao encontro, reservo mais que um mergulho
Em seus olhos negros de ruas por vezes caladas
Que aventuram ludibriar-me a respeito dessa falsa calmaria.
Nos rios de cabelos escuros, teço minhas mãos
A ponto de ver suas águas correrem por todas as minhas vias.
O seu nome a servir como guia
O seu nome como marca viva, presença profunda em meus dias
O seu nome em minha certidão de idade, em minha face
E em minhas veias.
O seu nome no meu nome,
No meu sono mais justo e extravagante.
Em seu nome, Riachão do Jacuípe,
Meu amor de homem,
Minha vontade patente,
Meus desejos errantes.
Minha paz e minha tormenta
Provocada por sua bela figura e por essa distância.
Você é a minha cidade, minha menina
E não sairá de mim
Mesmo quando em você eu não mais existir.