Leia-me
Apresento-me de forma límpida como preâmbulo.
Um convite quase súplica que meus traços entregam.
E esse meu nosso intróito nada diz a mais do que tem a dizer.
Moça,
Leia-me!
Sou páginas riscadas, rabiscadas
Muitas delas dotadas de rasuras tamanhas.
Mas não se acanhe por elas
Por favor, leia-me!
Meu prefácio nada mais é do que um chamamento
Um apelo desesperado para que você leia todo o livro.
Um livro ainda aberto e inacabado.
Leia-me!
Apague o que acreditar que deva apagar
E insira o texto que quiser escrever.
Escreva-nos em mim (nós).
O prelúdio que se revela nada mais quer
Além de ser lido.
Mas quanto à obra, esta necessita que seja redigida
Então por isso é que emito esse pedido
Moça,
Leia-me!
Moça,
Leia-me!
Moça,
Leia-me!
Moça,
Leia-me!
Leia-me!
Leia-me!