DECOMPOSIÇÃO
Vejo o peso para papel
Sem papel nenhum
O porta-retrato na estante
Sem retrato algum
Meus livros desarrumados
Na estante com vasos de flores
Mesmo sem flores sob quadros
Sem cores nem amores
Naquela gaveta aberta
Meus duendes e fadas verdes
Nas mesmas cores das paredes
Só a cortina mostra vida
No chão papéis amassados
Sinto-me só com ombros caídos
Na mesa caneta quase vazia
Não consigo mais fazer poesia
Minha infindável insistência
No abandono do amor minha falência
Remo contra ondas da correnteza
A falta de amor é minha fraqueza
Carlo Magno 06/10/11