Amor em preto e branco
Antes do sol ir dormir
Eu vi você partir
A lua já levantou
E você ainda não voltou
As folhas em branco
Molhadas com os meus prantos
Todas as noites
Recebo os teus açoites
Saudade é um bom remédio
Solidão não é tédio
Amor não é serpente
Chega na vida da gente
Com ele você sofre
Sem ele você sofre muito mais
Felicidade e páginas em branco
Amigas inseparáveis
Seres humanos não usam o jamais
Duas cabeças nunca
Tem pensamentos iguais
Amor irreverente
Um prato servido quente
Causa-me arrepio
Um prato servido cru e frio
Com tempero japonês
A música um presente de Deus
O amor um presente teu?
Tiraram uma fotografia do amor
E até hoje eu não sei a cor
O amor e o ódio
Ambos te colocam no pódio
Eleva
Por entre as grades
Olha o frade
O que não pode ver
Estalei meus dedos
Chutei os meus medos
Pra longe de mim
Dobrei o jornal
Pra ver o funeral
Do último casal romântico
Uma possibilidade colorida
Que embala a vida
Um olhar atrevido
Pela fresta da porta
Uma janela escancarada
Uma longa jornada
Um caminhar destemido
Serei dono de meu destino
Desde que não embarque
No “amor Faustino”
Falar de amor é uma obra de arte
E passou a fazer parte
De minhas entranhas.