Juventude Tardia

De longe ouço você falar,

Sempre quando você não está,

Olho, penso, tremo ao telefone,

Ânsia, ligo seu número seu nome.

E por que será que pra mim não liga,

Periga em ligar, chamar e antes que eu atenda, você vai e desliga,

Queria te segui pelo caminho da sua casa

Meus sapatos não farejam onde pisas descalças.

Vou envelhecendo nessa juventude tardia,

Coisa que pula do peito, frio na barriga,

Um pensamento aéreo de uma leve agonia,

Meus cabelos brancos em intensa folia.

Os meus óculos já não enxergam bem no escuro,

Mas eu agüento subir essas escadas porque menino eu me julgo,

Até que toco a campanhia quando está a me esperar,

E de vez em quando apareço de surpresa, te arrancando um sorriso sem ao menos te avisar.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 23/04/2012
Código do texto: T3629727
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