Memórias de uma esquecida

Meu príncipe, quanto tempo sem falar contigo... Se soubesse como sinto a tua falta e dilacera o meu coração só de pensar que não pude mais vê-lo. Sinto muito meu amor. E penso que pensas que o esqueci. Mas, não sejas bobo, até porque o prometi que isso nunca iria acontecer. Quanto tempo longe, meu bem, queria tanto que estivesse comigo agora. Me arrependo de não ter lutado o suficiente pra que estivesse aqui, porém, ao mesmo tempo tenho que concordar que foi melhor assim. O que será que faz agora? Imaginar-te é o pior martírio, pois não posso fazer nada além de desejar o que não mais me possui. Quanta culpa eu sinto, quanta angústia tenho de ti... Nossos caminhos foram cortados pela indiferença de nossas forças que se opuseram contra a nossa vontade. Como é triste essa solidão, e sua ausência chora cada vez que tenho a certeza que não mais voltará. No fim, é inútil pensar tanto em você e alimentar essa esperança morta em meio a tantas oportunidades transparentes diante dos meus olhos de vidro. Não vejo mais motivo para continuar a lutar. Não tenho mais força e sou insuficientemente corajosa a ponto de implorar a reconstituição dos nossos corações. Sou obrigada a aceitar essa premissa, e não espero que entenda, pois nem mesmo eu entendo a catástrofe que edifico a cada dia. Só espero que aceite, não pergunte, mas, não esqueça de guardar no coração as memórias póstumas em que convergem nossas opiniões.

Evelyn Dias
Enviado por Evelyn Dias em 24/04/2012
Código do texto: T3631386
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