do dia
...
[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
…
I
das lágrimas, se dizem purificadoras
por serem salgadas,
serão os sete mares
todos os choros da terra?
Sei que,
onde se esconde a noite tapam-se alguns pirilampos
prisioneiros da luz,
sei que,
a noite esconde os olhares das sombras,
algumas escondem-se
delas próprias para sempre, jamais saberei se os lirios trocam entre si as poesias,
onde tantas as vezes os referi.
II
do dia onde encontro a tua nudez,
vingam-se as noites em chuva,
apagando as velas que restam
e na sedição que sempre revelou,
esconde aqueles cometas que um dia viamos
por entre as nuvens transparentes.
Ficam-me os sabores dos seculos que se eternizam
pelo mar onde me navego
e ao longe avisto a ilha deserta que sempre procurei,
uma noite,
miragem, direi,
no centro da tempestade, sou.