ACALENTO
Juliana Valis




Não faça do amor

Uma verdade obscura

Diluída nos dias

Ou nas noites sem paz




Não faça do amor

Uma imagem intangível

Perdida no labirinto das vidas

E nas lidas de tantos versos




Sim, o amor não se explica

Não se calcula, nem se mede 

A partir de moedas ou de estrelas

Ou de letras tão fugidias





Veja apenas na luz que transcende os dias

Os raios do amor enaltecendo a alma

Neste mar sem calma desenhado em nós

Como lídima apologia, em voz, ao sentimento





E, assim, saberá que sente amor

Quando a cor de todo sublime vento

Redime a alma no sonho que restou

Esculpido, enfim, no verso que acalento.