RADIOATIVAS SÍSTOLES DO AMOR

Juliana Valis



Se fragmentassem teu coração

Em mil cacos de amor, apenas,

Irradiando sempe fótons que vão

Além do ódio neste mundo mecenas,

Qual seria tua insígnia, teu verso, tua  reação ?





Se explodissem teu coração

Como bomba de amor voraz,

Impregnando neste verão

Bilhões de nêutrons de sol e paz,

Farias o quê das ondas que vão

Como sondas de um verso a mais ?





Sim, coração é bomba, atômica, humana

É esfinge radioativa de ódio ou de amor

É como verso em cor na onda mais insana

Ou como êxtase que a paixão levou,

Trazendo o céu diluído em frações de nós...




Por  tudo isso, não percas a voz

Não ouses declarar ao vento que nunca amaste

Ou que não sonhaste com o mais belo amor

Entre as sístoles e diástoles de teu coração

Atômico, intenso, humano, na alegria, na dor

Bomba de luz, irradiando emoção,

Bomba que conduz ao sonho e ao calor

De simples versos na maior explosão

Do amor transcendendo universos



E, quiçá, implodindo a dor imiscuída na alma

Entre os nêutrons da paz que restou

Após a explosão da única bomba que já nos acalma,

A bomba atômica do profundo amor.