Onde estavas

Quando te procurei

Com as mãos cheias de amor para te dar?

Onde estavas...

Quando meus lábios sedentos

Procuravam tua tez?

Um afago... Um afeto...

Onde estavas...

Quando meu corpo buscava o teu

Quando em brasa ardia de desejos?

Desejos de ti, por ti, em ti...

Onde estavas...

Quando minha solidão

Amarrava-se a meus pés

E me arrastava a teu encontro?

Onde estavas...

Quando meus olhos mareados

Procuravam os teus?

Onde estavas...

Quando a saudade

Erguia-se a minha frente

Como uma muralha intransponível?

Viajavas em teus sonhos

De grandeza e poder

Embriagava-se com o desejo de ter

De acumular bens, riquezas.

Esqueceras de acumular

Bens mais sólidos, os espirituais,

Os afetos que não se abalam

Com os tremores, tempestades...

Perdido estavas, no teu próprio tempo.

E hoje te encontras sozinho

A contemplar toda a riqueza acumulada

E em silêncio se pergunta,

O que na realidade construíra

Castelos de areia...

Nada que não possa ser destruído

Nada de afeto verdadeiro

Romances carnais...