[... despojam-se algumas estrelas

[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]

despojam-se algumas estrelas dos fátuos brilhos,

que celestes sejam as ténues cores,

que os olhares

se quebrem silenciosos pelas teclas de um piano com cauda.

Ficará um, ou ficarão outros pontos

envolvidos pelo breve nevoeiro nenhures,

pensar-se-à então na imensidão de todos,

e os que rastejam [como serpentes, que sejam],

içar-se-ão contemplando os ecos que restarão das pedras angulares

despidas de tijolos.

Ao longe um breve azul colora as copas

que cobrem a floresta,

azul mar, azul céu, apenas azul,

que interessa

se os sinos já não tocam

anunciando as meias horas. Despojam-se alguns homens e mulheres da pele que os sufoca nos areais ainda em rocha,

esquece-se o tempo,

os corpos, o teu e o meu,

deixaram o tempo, o espaço

[desamarraram-se, desamaram-se].

Nkisi
Enviado por Nkisi em 25/05/2012
Reeditado em 25/05/2012
Código do texto: T3687309
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