Não vês o quanto te amo, pequena?
Hoje eu acordei com dor de cabeça
Mas não lembro de ter bebido, senhores
Somente lembro do cheiro dela
Enquanto meus olhos seguem o infinito sem fim
Uma noite sem estrelas para me confortar
Sem o som dos risos e arquejos
Não sou tão forte como ela pensava
Não consigo atravessar desertos inférteis
Um quarto sem janelas, é assim que me sinto
Estou mofada e estéril como estórias mal contadas
Sem ela sou pássaro sem ninho, beija-flor sem flor
Não vês o quanto te amo, pequena? Sem ti
Calvários inteiros em que carregarei minha cruz
Destoam no poente entorpecido
Amo-te! E esse amor embebeda meus sentidos
Faz de mim a mais forte entre os fracos
Pois a incerteza deveras palpável ainda me faz fraquejar
Não esqueça dessas palavras
Não quero sentir esta dor outra vez