O que você quer de mim?

" Eu desisto

Não existe essa manhã que eu perseguia

Um lugar que me dê trégua ou me sorria

Uma gente que não viva só pra si

Só encontro

Gente amarga mergulhada no passado

Procurando repartir seu mundo errado

Nessa vida sem amor que eu aprendi

Por uns velhos vão motivos

Somos cegos e cativos

No deserto do universo sem amor..."

Quando a dor é de tal forma insuportável,

quando lanha a pele numa cicatriz que traça,

basta que se trinque os dentes ao imutável,

sem gemer, que o sofrimento um dia passa;

Mesmo quando se desiste, quando se volta,

quando o caminho fere os pés e tanto dói,

quando tudo fica escuro e não se vê a porta,

basta que se mantenha firme ao que corrói,

e a carne se restabelecerá na alma mais etérea

- no instante da esperança que flutua leve -

na força que surgirá por um ato ou uma idéia;

mesmo quando tudo leva à pressa e ao desatino,

quando a alegria não molda o momento como se deve,

será só um instante, perto da eternidade do destino.

"Vem que eu digo

Que estou morto pra esse triste mundo antigo

Que meu porto, meu destino, meu abrigo

São teu corpo amante amigo em minhas mãos."

Entre aspas: Universo no teu corpo (Taiguara)