360º...
Senti-me tão só hoje.
Como se a saudade não me pertencesse,
E a alegria voasse pela janela.
Me perdi em pensamentos e divagações tão minhas, que mal puder perceber o tempo passar.
E mais uma vez eu fui egoísta.
Por que nem minha solidão fui capaz de compartilhar com ninguém.
Delírios de verão.
A verdade me golpeou com punho mortal e tenaz.
E as palavras antes sussurradas ao pé do ouvido, ganham um novo e fúnebre significado, porque, sinceramente, acho que já não me importo mais.
É mentira, claro!
Mas às vezes é mais fácil,
E até prefiro acreditar numa boa mentira, meu escape, ultimo refúgio.
A ilusão não é refrigério, do contrário, só intensifica a agonia, para dissimular, o que faço de melhor, camuflar a dor.
E já nem é mais tão difícil mentir.
Djavu de domingo.
É aquela mesma tarde de sol, enfadonha monotonia.
E me canso do dia, e da demora.
Inerte, em contrapeso, preso no agora.
É um mundo todo grande lá fora.
Um mundo todo grande.
De repente 360º.
Um copo, um pouco de água, e alguns comprimidos.
É hora de dormir.