Estações

Preso a teu corpo estou

Como a primavera atada às flores.

E nessa revoada vou

Aonde se iluminam todas as cores.

Violetas azuis

Rosas amarelas

Arco íris de sonhos

Nas nossas janelas.

Caem as folhas

É chegado o outono.

Presa ainda estou a teu corpo

E abraçada a ele me componho.

Galhos secos

Folha solta

De tanto amar

Somos polpa.

A chuva fina

Anuncia a bonança

De tanta alegria

Somos a esperança.

Sutileza das águas

Que abranda as almas

Revela segredos

Acalma as mágoas.

No corpo dourado

Reflexos de luz.

Nos campos minados

Nosso amor nos conduz.

Os corpos se abraçam

Enlevam-se e se amam

Nos céus os anjos proclamam:

Quebrem-se as amarras!