Eis-me aqui

Eis-me aqui em completa lassidão de ternura,

Onde em frêmito de sentir sou colibri a sugar sua doçura.

Eis-me aqui completamente arrebatada,

Com a alma invadida, sem pudores, estasiada.

Sinto-me lânguida e sôfrega ao mesmo tempo,

Que entre espasmos involuntários te dedico este momento.

Sou agora uma cúmplice do amor,

Que esquecida do tempo e da identidade, esqueci-me da dor.

Eis-me aqui, a receber os carinhos da lua,

Sem barreiras me mostrando aos teus sentidos plenamente nua.

Não suporto a hipocrisia de fazer de conta o que não quero,

Me assumo assim, plena e com pressa te espero.

Sou menina moleca que te ama mais, mais de cem vezes mil.

Que não contenta com as maledicências deste mundo vil.

Eis-me aqui, fragmento de meteoro vindo do céu pra você.

Será que deseja meu brilho? Ou prefere me esquecer?

Não, não me apague, leia meus detalhes esculpidos,

Sinta meus relêvos entre beijos de cupidos.

Me ofereço tal qual flor sublime, após o amanhecer.

Úmida, aberta, com perfumes, aguardando-o pra vir me conhecer.

Em meus mínimos detalhes quero te pertencer intensamente.

Sem pressa de voltar, espero que faça de nossos momentos algo com nome de eternamente.

Vim pra permitir o toque dos raios da lua,

Para ser plenamente sua...

... Eis-me aqui.

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 07/02/2007
Código do texto: T372943