[… e como sinto o vento que insiste

[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]

e como sinto o vento que insiste em levitar-me pelas falésias acamadas como núvens escuras dispersas,

e como sinto o vento tocando-me a face

pelo sorriso nesta manhã adormecido,

adormeceram-se as longas distâncias,

adormeceram-se as longas histórias,

adormeceram-se as súplicas.

E como sinto o vento que insiste em repetir-se levemente,

como um linho que me toca,

qual algodão,

e como sinto o vento espraiando-se pela claridade

nesta terra castanha escura que piso,

como o sinto.

Reluzem as pegadas que o vento não levou,

o que restou do amor, talvez,

que as monções resistam nas tatuagens eternas do mar,

que a memória resista como o vento que insiste,

insiste,

ah... como insiste o vento em levitar-me de mim.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 27/06/2012
Código do texto: T3747545
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