Sobre quando ela quis roubar meu amor

Ela chegou como quem queria nada, para interromper nossa rotina. Possui os olhos e os cabelos negros que eu não tenho e a pele branca e opaca, as maçãs do rosto rosadas e o sorriso infantil, e tudo isso eu também não tenho.

Talvez o diferente chame a atenção dele, mas ele não pode se esquecer do beijo que nunca tivemos e das poesias que fez a mim.

Ele, tinha a mente em mim e os olhos nela – a simpática- e assim manteve-se por sete minutos.

Por sete minutos senti ciúme e medo dele mudar a musa de suas poesias, caso ele não seja um poeta inteiro, ou seja, daqueles que escrevem mesmo que não estejam apaixonados.

Logo me olhou e o sorriso é como um espelho. Recebi um amplo e maravilhoso dos mais lindos que ele tem, apaixonando-me novamente.

Mais tarde, em um momento único e rápido, conversamos e declarei minha preferência àquela barriga não malhada e ao rosto já sem barba.

Sorriu meio envergonhado, meio orgulhoso e eu já não sinto vergonha de elogiá-lo.

Um dia, quando namorarmos, vou me sentir menos ridícula por esperá-lo e ele se sentirá mais adulto por dar bola pra mim.

E quando casarmos, ela será a dama de honra.