Sincronia de amor
Há uma sincronia que ávido persigo,
Assim como ao ídolo, persegue o fã;
Tem vezes que um lampejo consigo,
O sonho de hoje é pesadelo amanhã...
Amor-próprio faz a órbita no umbigo,
E às vezes nos manda para um divã;
Analista apenas escuta o que eu digo,
Acho que pensa que estou meio tantã...
Aos desencontros ignoro, sequer ligo,
Os encontros, sim, tchan, tchan, tchan;
Com mão espertas dardejo meu trigo,
E com prudência armazeno as avelãs...
Arrosto inverno e seus muitos perigos,
Vento, neve, geada, tapete cor de lã;
Que antes de oferecer demanda abrigo,
Ah se tu viesses, minha formosa irmã!!!
Não posso ser mais que ombro amigo,
A certos pleitos, apenas uma ceia cristã;
A vida insiste em oferecer doce de figo,
A um palato que anseia o sabor da maçã...