Tentativa

Me falaram que posso me magoar, que isso pode passar apenas de outra ilusão, e daí? Não seria a loucura o maior dos privilégios do homem? De certa forma me sinto louco... De certo. Antes do agora me sentia só, trouxeste fugacidade e de mim oleiro do teu corpo fizeste, me quebraste e eu te construí, está sendo assim, por enquanto vivo... Desgostei de mim por um tempo, desgosto mais ainda, pois te encontrei e me vi em ruínas, tensionado pela beleza me foco no absoluto vívido do espaço que deixas ao passares pelas minhas lembranças, sou apenas síntese enquanto tu és esperança.

Me basta saber do existir de tua ausência pra me tornar imanência, me satisfaço com o toque do sonho, da utopia que torno tangível pra desfalecer no sono eterno e não ter o remorso de não ter sido feliz um dia, pois o sou agora, mesmo que na outrora não, mas quem do futuro é amigo? Nem o quero, pois o viver agora me basta por toda a eternidade se é que existe tal inferno, que é viver sem ti todo esse tempo.

Sentir é sair da espreita da estaticidade, me fizeste inconstância e gosto disso, gosto de tudo, exceto do gostar exacerbado, que me trai, que me atrai pra esse tudo, mas que me leva pra esse nada, pra esse apenas.

Diego Drão
Enviado por Diego Drão em 19/07/2012
Código do texto: T3785882
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.