Ponto, vírgula

O amor ficou suspenso,

perdido no tempo,

sem ter asas para voar.

Deixou de ser beija-flor,

perdeu o encanto, a

razão para amar.

Viu-se perdido no labirinto

onde as emoçôes são desfeitas

e o fio de Ariadne

não alcança.

Havia resquícios de

esperança no teu

coração ferido,

dilacerado pelo esquecimento,

mas a brevidade foi

acumulando mágoas,

apagando os laços entre nós.

A esperança caiu

no abismo e a vida

foi se tornando uma

fotografia

em preto e branco.

Não havia mais

a vírgula no discurso

que o teu coração tecia.

O ponto final, escrito

no fim do poema,

é a certeza de que

o amor, finalmente, virou

a página, perdeu-se

no tempo, talvez

levado pelo vento.

A vírgula, enfim suspensa,

cedeu lugar ao ponto final

que, agora, na sutileza do

verso te dispensa.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 20/07/2012
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T3788328
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