No bosque dos meus sonhos

De longe eu vejo uma miragem, uma miragem de um sonho meu, esse sonho acompanha-me desde muito tempo, um sonho tão agradável e surreal. Em plena consciência eu não acreditaria nele, mas sempre que vejo a esta miragem, eu entrego-me completamente a ilusão. Não posso escrever sobre desilusões, pois são os meus sonhos que me mantêm viva. Rebeldia pode existir em mim, mas a desilusão é algo muito pesado pra mim. Então eu continuo vendo o que não é real, diante de meus olhos, uma imagem embaçada de um sonho bom.

Em um bosque frio e nebuloso com pedras de mármore no chão de uma rua que se estende até a chegada do mesmo se passa. Eu vejo de longe uma pessoa, com luz irradiando através de seu corpo, com longas roupas, como se fosse um verdadeiro anjo. Caminho lentamente até ele, admirando sua imagem, hipnotizada. Aproximando-me percebo o seu rosto, seus cachos, seus olhos olhando fixamente pra mim, olhos que expressam um mundo de informações. Expressam amor, ciência, tristeza, alegria, e mistério. O que atiça minha curiosidade. Toquei em seu rosto suavemente, com minha expressão de preocupação e questionamento, como que implorando por comunicação, por respostas desesperadas, por ao menos uma palavra que me direcionasse. Ele não me respondeu.

Ainda com a mesma expressão em meu rosto, ele sorriu pra mim, expressando seu carinho e amor por mim; eu também o amei. Porém esse sorriso expressou negação ao meu pedido aflito e felicidade pela reciprocidade do meu amor. Abracei-o fortemente e prolongadamente, como se o mundo fosse acabar naquele momento e eu quisesse morrer com ele, sobre a proteção de seus braços. Eu chorei em seu ombro, pois ele necessitava ir embora, minhas lágrimas molharam sua manta. Então ele caminhou lentamente de volta para sua casa, para seu destino, se afastando de mim, cada vez mais. Eu sentei no chão daquele gélido bosque, abracei a mim mesma, abracei a minha eterna solidão, fechei os olhos e dormi em meio a natureza da qual eu faço parte.

E é esta a minha ilusão de um amor inexistente e surreal que me mantém viva e me fazendo viver, ao menos em meus sonhos, um pouco da minha surrealidade.

Stéphane Fernandes
Enviado por Stéphane Fernandes em 12/08/2012
Código do texto: T3826911
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