ETERNIDADE

Era manhã e havia calor

Naquele sertão do Brasil profundo

Onde sol nasce maior que o mundo

Levantado de um leito da côr do amor!

Alvos cabelos desfraldavam ao vento

Gesticulando pensamentos de claro alento

Enquanto a brisa abraçava o rosto

E o dia se erguia do nocturno encosto!

"D-us abençoe você, Indio Brasileiro"

Gritaram alvoradas as crianças

Caras rosadas e alegres ,no sorriso primeiro

Daquele dia de eternas lembranças!

A janela, semi-fechada deixou entrar a luz

Tal como entram os anjos e o paraíso

Beijando os lábios ainda c om luz!

Ah!, Como tiveram palavras e sorriso

Chamando com carinho " filhinha, vem cá"

Trantearam cantigas na terra da chuva e do sabiá!

Era manhã, sempre a manhã

Que brota das trevas e para as trevas caminha

Depois do dia feito estrada que adivinha

A meta mais além , mais pura e louçã

Num eterno jardim em silencio esperando

Onde há justiça e flores e aves cantando

Trovas de amor e laudes a D-us!

O rio, silencioso e calmo, pronto a atravessar

Chama de mansinho o Brasileiro Indio

Para nas eternas águas puras navegar!

Fez-se silencio e e gera-se o incêndio

Para o pensamento, tisna-se o olhar

Cala-se a brisa, fecham-se os olhos,

Nasce o poema por entre escolhos

E a vida esvai-se nesse baloiçar!

"Adeus filha vou navegar, vou navegar"

( A minha singela homenagem a Indio Brasileiro, meu sogro hoje falecido aos 80 anos, porque o pensamento é eterno e as palavras são gestos, mas mais do que isso o sentimento distante de presença nos céus- JOSE DOMINGOS

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 20/08/2012
Código do texto: T3839345
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