AINDA É CEDO...
Ainda é cedo...
Por que você não fica mais um pouco?
Onde você vai com tanta pressa e fúria?
Você não percebe, que por ti, estou louco
De desejo, de paixão, de tesão e ternura?
Divida comigo a cruel taça da amargura...
Deslize, mais uma vez, a sua mão em minha nuca;
Olhe-me com olhos meigos e com brandura
Diga, que por mim, você está maluca!
Rolemos, insanos e animalescos, nessa cama,
Que foi palco do nosso amor sacro e profano!
Diga, com voz cálida e meiga, que me ama...
E eu, com voz roufenha e quente, direi que te amo!
Gozemos todas as delícias de um amor sem juízo!
Busquemos, por breve instante, essa tal felicidade,
Que os poetas afirmam ser a ante-porta do paraíso
Para todos os que amam intensamente, de verdade...
Não se vá, suplica o meu coração, não se vá!
A noite é fria, silente... não se vá, ainda é cedo!
Entregue-me, sem reservas, a sua ousadia de amar
E eu te entregarei minha agonia, meu medo...
Vem desvendar o meu segredo!
Não se vá... ainda é cedo...
Alexandre Brito - 30/08/2012
(*) Imagem: Google