[ … se a terra pariu flores]
…
se a terra pariu flores e searas que o vento
enlaça,
símiles a mares enterrando sonhos e destinos
que as maresias transportam para tão longe,
mores os sigilos escondidos,
em ti,
em mim.
Dos perenes múrmurios que restaram, hoje
que sejam gritos.
Oiço ecos, um dia relegados como procelas
invadindo desejos redentores, anseios extasiados,
oiço estrelas pelo indesmedido sonhar,
apenas sonhos onde a mímica dos lábios
expressava o que se queria ouvir, entender,
tantas horas mirando, o nascer, o pôr, o sol,
enfim, solilóquios não desvendados,
vã surdez.
Ser-me-ás sempre réstia de luz pelas noites,
quão breve esta vida me seja.
[… se a terra pariu flores e searas que o vento
enlaça,
que seja permitido perpetuar-me no aconchego do teu ventre,
enquanto este salso mar me assola]
“- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.