ANTÚRIO
A última lágrima fria escore pela face,
O último adeus desesperado,
Uma única certeza: A hora da mudança.
O coração que vibra num ritmo diferente,
O peito é pura euforia.
A respiração ofegante,
O sangue que jorra quente,
Os passos incertos, um após outro.
O amanhã vindouro,
E o medo, corrompendo a certeza,
O novo, tudo é novo.
Os pés, um após o outro, mas sempre em frente.
Um leve sorriso de canto de boca, tímido e gentil.
Uma velha canção ritmada, que não sai da minha cabeça,
A expectativa, e a angustia por não saber o que me espera.
Tudo parece tão grande lá fora.
É que sonhei com uma cachoeira outra noite,
Onde o terceiro sol abraçava netuno,
Antúrio cintilava no oriente,
Tudo era paz, o novo, o agora.
E sonhei com uma ciranda de anjos essa noite,
Seres celestiais que bailavam como o vento,
Enquanto o amor se materializava,
Milhares de pontos cintilantes, uma constelação.