O arranjo de flores na mesa de centro da sala.

De repente o tempo,

A marcação ilusória do completo nada.

E de repente, o tempo.

A cortina da sala dançando com o vento de setembro,

A cortina da sala, dançando.

E o vento, em setembro.

O arranjo de flores na mesa de centro da sala.

As flores de plástico no arranjo.

É que não morrem,

As flores de plástico na mesa de centro da sala.

E passam as horas, os dias, e ainda assim, permanecem lá, intactas,

As flores de plástico na mesa de centro da sala.

Não são vivas,

As flores de plástico do arranjo, na mesa de centro da sala.

Não são vivas...

Elas são assim como uma mentira,

Uma tentativa frustrada,

Uma cópia mal feita,

Daquilo que poderia ser genuíno,

Uma imitação...

Mas não passam disso, da vontade serem as flores que não são...

Deveriam ser flores de verdade,

Mereciam ser,

Quem olha de longe nem percebe o pecado,

É que não passam de um monte de plástico,

Velho, triste e sem graça,

Em forma de arranjo de flores,

Na mesa de centro da sala.