Madrepérolas

Teus olhos, madrepérolas

Quando, de encontro aos meus

Rasgam minh'alma

De alto a baixo

Desvelando meu brio

Mostrando o devir

Emudecido fiquei, fico

Sempre ficarei

Diante da beleza singela

E multiforme deste encontro

De Eras, de espiritos e ternuras

Teus olhos, madrepérolas

Alcançam as profundezas do Id

Fazendo renascer os mais belos desejos

E as mais divinas poesias

Que um homem poderia parir

Minha alma nua

Sangra da paixão-mor

Emana a aurea-luz

O amor original

Perdido a tantas luas

Mas que se acha em vossas mãos

Em vosso querer e olhar

Teus olhos, madrepérolas

Enamorei-me de teus olhos

Pois minh'alma gritou por teu nome

Quando os sentiu olhar

Rasgar e resignificar

No mais belo instante-eterno de amor