Sombra e Luz

Eu não sou o que penso,

Nem o que pensas de mim.

Sou a palavra soletrada pela vida

Que algum dia se esvai, mas vai longe...

Sou a que entrou pelos teus olhos, ouvidos e desejos,

Pelas tuas lembranças e ossos, fazendo trepanação

Em teu calcâneo.

Pesa-me saber que não podes mais caminhar para longe [de mim...].

Nenhuma alquimia, ritual ou sepultamento separaria nós dois, estou implantada em todos os teus átomos, em cada centímetro da tua resistência.

Não, eu não sou o que pensas, nem o que penso.

Assombro-me por qualquer falta de luz, pela estultice dos que se imaginam melhores.

Temo as noites vestidas de feitiços, e quando a minha mão divaga a procura da tua, mas nada, nada, nada, nada de faz temer mais do que quando há falta dos teus braços moldando o meu corpo.

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 08/11/2012
Código do texto: T3974609
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