Gritos do coração

Passa uma matraca que até me assusta,

Gritando bem alto sua atual promoção;

Não to interessado inda que soe justa,

A oferta da costela, a unidade do pão;

nenhum vai na tua porta dizer o que custa,

permanecer perto e longe do teu coração...

Depois vem outra não menos barulhenta,

apregoando a promoção do seu gás;

a chama tal, que rende e melhor esquenta,

barato, tal e coisa, e outros bla bla blás;

pro meu fogo basta o teu querer, sustenta,

o lacre mui útil, que já não precisas mais...

E uma terceira grita, ainda no mesmo dia,

Silêncio é um refúgio que pouco consigo;

Onde será o bailão, do prazer e alegria,

Quem animará, até ouço, mas, nem ligo;

Ninguém percebe que a esperança rodopia,

Em meus sonhos, anelos, você baila comigo...

Assim vai seguindo esse trabalhoso ócio,

Enquanto a responsabilidade não invita;

Infortúnio inda segue sendo o meu sócio,

Entreanto, esperança planeja outra escrita;

Cada qual grita o interesse do seu negócio,

E faz o mesmo meu coração quando grita...