VÍCIO DE AMAR
Juliana Valis
Um vício de amar
Impregnou-se no mar
Como apologia
Ao sonho disperso no dia,
E ao verso que nos rimar...
Um vício de amar
Impregnou-se na alma,
Como furacão de lá,
Coração, sem verso nem calma,
No inverso que a palma
Da mão nos mostrar...
Amor, nada mesmo é ileso,
E meu verso é tão preso
Aos seus mistérios de luz,
Que seu olhar assim me conduz
Ao fim de tudo que não posso ser !
Amor, tu irás mesmo me ver,
Nessa aurora, a esmo, de toda fé
E, agora, que a sorte, de fato. não quer
Levar à morte essa face de mim,
Assim, serei alma, mar ou mulher ?
Céus, que estranho vício de amar, no fim !
-----