NAVEGANTE

Mergulho em teu mar de confluências

Nas revoltas águas das descontinuidades

Onde sei que atingirei meu insólito porto

Navego em direção ao cais das realizações

Remando contra as intempéries do tempo

Milha após milha sem nenhum descanso

Nas ondas gigantes dessa atemporalidade

Tento reverter à ampulheta do destino

Indo ao fundo desses abissais pensamentos

Nas profundezas escuras de meus medos

Até emergir por ti minha inata coragem

Transpor os rochedos dessa hercúlea viagem

Sem naufragar nos arrecifes das solidões

Sem perder teu norte posto ser meu guia

Bússola a guiar-me até minhas esperanças

Guardada nas praias de teus encantamentos

Onde enterrei os meus apaixonados sonhos

Únicos tesouros dessa minha existência

No continente de todos os meus desejos

Nas possibilidades de teu vasto universo

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