PINGOS DE CHUVA

PINGOS DE CHUVA

A noite cai,

E com ela vejo as nuvens que se aproximam

Ofuscando o brilho das estrelas

Que surgiam no céu escuro

Trazendo consigo os pingos de chuva

Molhando a terra seca,

Regando as flores no campo...

Ah!..., e o cheiro de terra molhada

Trazendo à minha memória

O meu jeito de descampar,

Debaixo da chuva fina,

Quando corria para os seus braços,

E com os corpos molhados,

Nos amávamos no descampado

Tendo como testemunhas,

Apenas os passarinhos,

Que se encolhiam entre os galhos das árvores,

Abraçados para passar o frio!

E depois,

Que as nuvens se espargiam,

Podíamos enxergar a lua surgindo

Entre as estrelas cintilantes

Lá no céu de dantes...

Respiro fundo,

Deixando escapar as lembranças,

Assim como os pingos de chuva

Que caem sobre o meu rosto,

Molhando a minh'alma,

E escondendo as lágrimas

Que persistem em fugir dos meus olhos,

Pela saudade inarredável

De não ter você ao meu lado

Em mais uma noite em que ouço

Os pingos de chuva caindo lá fora...

EMANNUEL ISAC